«Foi [a] embriaguez e ousadia de amor [de Maria Madalena]
que, ao saber que o seu Amado estava encerrado no túmulo
com uma enorme pedra selada
e cercado de soldados,
que (…) a levou a perguntar ao que julgava ser o encarregado do horto
que lhe dissesse se foi ele que O tinha tirado
e onde O tinha posto a fim de ela O ir buscar.
Não reparou que aquela pergunta,
feita no seu perfeito juízo e razão, era um disparate,
porque, se O tivesse roubado, certamente não lho iria dizer,
e muito menos O deixaria levar.
Mas, devido à força e veemência próprias do amor,
parece-lhe que tudo é possível,
e imagina que andam todos ocupados
naquilo que ele se ocupa.»

S. João da Cruz | 1542 – 1591
II Noite. 13, 6-7

Senhor ressuscitado,
que a força e alegria da Tua ressurreição
me invada, me inflame o coração e sobretudo a vontade,
para que, tendo diante dos olhos, a certeza
de que a Vida é mais forte do que a morte,
que o bem é mais forte que o mal,
não me atemorize com as dificuldades,
mas confie sempre na vitória da minha morte,
das muitas pequenas mortes ao longo do meu dia,
sabendo que de cada uma, oferecida em união conTigo,
brota misteriosamente a força do amor
e da ressurreição para o mundo,
para os corações de todos.
Assim seja.