«Sempre que a alma se põe a pensar nalguma coisa,
vemos que fica mais ou menos inquieta e conturbada,
conforme for a apreensão dessa coisa.
Se for desagradável ou molesta, encontra tristeza ou ódio, etc.;
se for agradável, encontra deleite e prazer, etc.
[…] Assim, ora está alegre ou triste, ora com ódio ou com amor.
Falta-lhe a estabilidade, que é o efeito da tranquilidade moral,
a qual só conseguirá depois de lograr esquecer todas as coisas.
[…] A memória perturbada impede do bem espiritual.
A alma inconstante que não tem fundamento de bem moral
é incapaz, enquanto tal, do espiritual,
pois este só se comunica à alma bem disciplinada e pacífica.»
S. João da Cruz | 1542 – 1591
III Subida 5, 2 – 3
Jesus,
como é difícil conter aquilo que me vem ao pensamento
e que me controla, enredando-me num torvelinho de sentimentos do passado,
de medos do futuro, de preocupações sobre aquilo que possivelmente nunca sucederá… Enquanto ando nestes enredos, perco o tempo, a serenidade
e, oxalá, não perca também a saúde da alma…
Ajuda-me a confiar de tal forma em Ti
que os “filmes” que faço sobre a minha vida deixem de ter razão de existir
e possa colocar tudo confiadamente nas Tuas mãos de Pai.
Assim seja.