«O voto de castidade trata de libertar o homem de todos os vínculos naturais,
para (…) acima de toda agitação,
libertar o seu coração para a união com o Crucificado.»

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) | 1891 – 1942
Obras 231
Jesus,
eu sei que há quem faça voto de castidade,
mas é-me tão difícil entender este voto.
Sei que Tu o viveste de forma natural.
Contudo, ainda que não mo peças e mim,
pedes-me sempre uma fidelidade segundo o meu estado de vida,
que me obriga a renunciar.
A renúncia é uma palavra fora de moda.
Está fora de moda sofrer por amor.
Mas como pode haver amor sem sofrimento?
É impossível!
Para que o ouro perceba o quanto o amo,
tem que sentir que me sacrifico por ele,
que perco algo por ele, que aceito a dor, ou os imprevistos que o outro me causa,
sem fazer valer os meus “direitos”,
escondendo a impressão do meu incómodo…
simplesmente porque o amo.
E sim, Jesus, este sofrimento por amar
une-me aos Teus sofrimentos por mim, sobre a cruz.
Sim, não há amor verdadeiro sem dor amorosamente aceite,
só por amor ao outro.
É este o amor mais puro.
Ajuda-me a exercitar-me nele,
sabendo que sou infinitamente amado por Ti, sempre e desde sempre.
Que assim seja.