«Em profundo silêncio, inefável serenidade
Uma oração divina que nunca cessava,
Da alma toda invadida pelas luzes da eternidade
Noite e dia, Maria, Virgem fiel, ali estava.
No cristal do coração o divino Hóspede refletido assim,
que A habitava, Beleza sem fim.
Ela atrai o Céu, e eis que o Pai também
Vai entregar-lhe seu Verbo, para d’Ele ser Mãe!
Então o Espírito de amor de nuvem a vai cobrir,
Os Três vêm a Ela, é o Céu inteiro a se abrir,
Que se verga e inclina, no mistério a adorar
Deste Deus que na Virgem Mãe se vem encarnar!»
Santa Isabel da Trindade | 1880 – 1906
Poesia 79
Senhor,
hoje tem início o Tempo do Advento e, assim, o início de um novo Ano Litúrgico.
A Liturgia leva-nos para o início.
Início já não da Criação, mas da Recriação.
Nunca os olhos dos homens do Antigo Testamento viram,
nem os seus ouvidos escutaram, nem jamais passou pelo pensamento deles
o que Deus tinha preparado para a Humanidade que Ele tanto amava:
a encarnação do Seu Filho no seio de uma virgem imaculada.
Com a humanidade do Antigo Testamento me uno,
não por não ser já sabedor do mistério, redimido e prometido à eternidade
mas por, na verdade, ainda não o ser na sua totalidade.
Há sempre tanto a descobrir neste mistério da Tua vinda ao mundo,
que não só o tempo, mas também a eternidade será curta
para compreender tanto amor.
Que viva sedento de Ti, que viva na esperança de Te acolher sempre mais,
e na certeza da minha ínfima pequenez, capaz de acolher o Infinito.
Meu Deus, eu Te adoro!
Vinde, Senhor Jesus!