«O bom espiritual […] quanto mais se aniquilar por Deus,
tanto na parte sensitiva como na espiritual,
tanto mais se une a Deus e maior obra faz.
E quando chegar a converter-se em nada, que é a suma humildade,
estará consumada a união espiritual entre a alma e Deus,
que é o maior e mais alto estado a que nesta vida se pode chegar.
Por conseguinte, ela não consiste em consolações, gostos ou paixões espirituais,
mas numa viva morte de cruz sensitiva e espiritual, isto é, interior e exterior.»

S. João da Cruz | 1542 – 1591
II Subida 7, 8-11

Jesus,
nestes dias, quero estar
mais próximo de Ti, em recolhimento.
Não me quero alienar do serviço
aos meus irmãos,
das minhas obrigações profissionais e familiares,
mas quero dar luta ao meu ego,
que tanto me atrapalha.
Peço-Te a Tua graça
para me despojar deste “homem velho”
que tem de passar pela morte
para que eu possa ter Tudo.
E que é ter Tudo, senão abdicar
de tudo para Te ter só a Ti?
Como diz também S. João da Cruz,
é não querer possui algo em nada.
Que eu viva simplesmente
na plenitude da Tua vontade
exercitando com a maior perfeição possível
gestos de amor.
Gestos de amor,
que seja esse o perfume de alto preço,
com que, eu pobre pecador,
também de unjo os pés.
Que assim seja.