«Verdadeiramente (…), isto destrói-nos:
desmembrar e partir as obras que fazemos.
Não quero dizer com isto que ficam imperfeitas,
faltando-lhes as partes que hão-de ter para o ser,
que isso já ficou dito.
Digo que se tornam mais pesadas
tomando-as pela metade,
e que não só para o bem da alma convém obrá-las com inteireza,
mas também para alívio do corpo.»
Madre Maria de S. José | 1548 – 1603
Instrução de Noviças
Jesus,
é verdade que muitas vezes não é com inteireza
que faço as obras de amor aos meus irmãos.
Posso fazê-las com boa intenção, mas não colocando nelas a intenção mais reta:
que é a alegria de estar a fazer a Tua vontade e a amar-Te,
amando o irmão e fazendo o bem desinteressadamente.
Posso fazer uma boa obra a um irmão por tantas pequenas razões, mas apenas humanas: porque tenho pena dele,
ou porque gosto de me sentir bom fazendo o bem,
ou porque procuro que depois me retribua,
ou para ficar bem visto diante dos outros (família, comunidade paroquial ou trabalho…),
ou porque sou inclinado naturalmente à generosidade por temperamento.
Todas estas atitudes (umas melhores que outras) são incompletas,
não visam o objeto principal do amor com que devo fazer as boas obras:
que as faça ao irmão, como se a Ti mesmo tivesse diante de mim.
Todas as outras formas imperfeitas, com o tempo causam desgaste espiritual, psicológico e até físico,
mas fazendo-as em Ti e por Ti, por amor aos meus irmãos,
essas ações dão mais vida a quem as faz e a quem as recebe
e edificam quem as testemunha.
Que assim seja comigo também.