Entendei isto, minhas filhas:
a alma que cedo se põe a falar e a conversar,
muito pouco atenta está a Deus.
Porque, quando o está, sente logo um puxão interior para se calar
e fugir de toda a conversação.
Deus prefere que a alma se alegre com Ele do que com qualquer outra criatura,
por mais avantajada que seja
e por mais a propósito que pareça.»

S. João da Cruz | 1542 – 1591
Carta 8. Às Carmelitas de Beas

Jesus,
com estas palavras S. João da Cruz parece-me demasiado austero…
Então não deveria estar com os meus amigos, família, aqueles que amo?
Contudo, creio que ele quer dizer-me outra coisa.
Sim, Jesus, quantas vezes Te “troco” não por 30 dinheiros,
mas por tantos passatempos inúteis e que nenhum bem fazem
nem a mim nem aos outros…
É neste sentido que sinto que fala S. João da Cruz:
que, quando me seja possível, Te procure a Ti,
no silêncio do meu quarto, ou noutro qualquer recanto
em que possa recolher dentro de mim, para Te encontrar.
Este tempo “perdido” nunca é inútil, e eu sei, Jesus,
dilatará o meu coração e até o meu tempo
e tudo será uma “carga mais leve” e um “jugo mais suave”
para mim e para os que me estão perto.
Assim seja.