«Minha irmãzinha, sou feliz,
sou a criatura mais feliz do mundo.
Estou a começar a minha vida de céu,
de adoração, e louvor e de amor contínuo.
Parece-me que estou na eternidade,
porque o tempo não se sente aqui no Carmelo.
Estamos submersas no seio de Deus imutável.
Minha Isabelita querida,
queira Deus conceder-te que possas ser carmelita.
Por muito que tentes idealizar este nome
o teu pensamento
será apenas uma vaga sombra da realidade.
Irmãzinha querida, a única coisa que me pergunto é
porque é que Deus me escolheu a mim
para estar unida a Ele,
que sou tão perversa e miserável,
enquanto a ti te deixa no mundo,
sendo tu melhor que esta tua infeliz irmã?
Isabel, o amor de Deus é infinito
e, portanto, incompreensível.
Ajoelhemo-nos diante dos Seus desígnios imperscrutáveis.

Santa Teresa dos Andes | 1900 – 1920
Carta 101. A Elisa Valdés Ossa.
Convento do Espírito Santo, 14 de maio de 1919

Jesus,
pela Tua ressurreição
abriste-me as portas o Céu, da eternidade.
Mas esse Céu e essa eternidade começam já aqui,
quando, com todas as minhas forças,
ajudadas pela Tua graça, procuro unir-me a Ti,
pensar em Ti, estar conTigo, trabalhar em Ti…
que possa abraçar esta vida nova
e ressuscitar conTigo nesta Páscoa!
Que o Teu braço forte me liberte de mim!
Assim seja.