«Viverei cada instante, como se fosse o último.
Procurarei ter sempre a lâmpada bem acesa,
esperando o Esposo divino que chegará depressa.
Terei como conselheira da minha vida a morte;
tê-la-ei também como mestra e em cada ação, consultá-la-ei.»

Beata Maria Josefina de Jesus Crucificado | 1894 – 1948
Sur la porte de la tente. Pensées. 340.

Jesus,
esta ideia de olhar para a morte como conselheira,
parece-me, assim de repente, pouco simpática…
Mas será de facto pouco simpática?
Vinda de uma vida santa, devo escutar esta frase de coração aberto
e deixar-me interrogar.
Que espero eu da vida? Como encaro a morte?
Sim, Jesus,
Tu ensinas-me a ter a lâmpada da fé acesa, não só para viver esta vida,
mas para vivê-la tornando-me capaz de Te ver para além da vida,
para além da morte.
Afinal a única coisa que não muda na vida e na morte,
é a Tua presença e a consciência de mim mesmo.
Postos frente a frente nesta vida em fé,
sou convidado ao face a face após a morte,
sim Jesus, colocadas assim as coisas, a vida e a morte não mudam no essencial.
Contudo, Jesus, vejo que ao encarar a morte, e ao tê-la não como uma inimiga,
mas como uma amiga (ou uma “irmã”, como dizia S. Francisco de Assis),
ela ensina-me a relativizar muitas coisas
e a refazer a justa hierarquia dos meus valores, das minhas prioridades.
Obrigada amiga morte, que me abres a porta do céu já nesta terra.
Espero-te sempre Jesus.
Vem, Senhor Jesus, neste Advento e sempre!